domingo, 25 de março de 2012

O SOL NA CABEÇA

Aponto direções, contudo o magnetismo que move minha bússola não segue as leis da física atual, o que gera a atração de sua aste não é imantado pela mesmisse e cientificismos baratos tão vigentes em nosso meio, mas sim a novidade dos temas que o meu Ceará disperta !
Faço uma incursão do litoral passando pelo sertão central até o Cariri à procura de oasis, sombra, água fresca e gente de bom coração. Analiso rochas para entender o passado distante, observo pessoas que apontam o presente, enfim faço minhas conjecturas mas ainda sem prognósticos.
Vulnerabilidades, fragilidades e a rigidez do semi-árido e seus habitantes, a releção que há entre ambos ainda está para ser dita por mim. Será o material de uma tese ou a essência de muitas vidas o que procuro. A dor do norte  move montanhas no litoral,  transpõe rios e escava açudes e poços.
Aponto azimutes, transfiro ângulos e faço mapas. Dos milhares de ponto escolho os que realmente me tocam, aqueles cujo significado afetivo me é aprazivel, não apenas por me lembrar família, passado(saudade) e migração mas ,sobretudo, pelo significado no presente, sgnificado este que não é expressão do CAPITAL, mas impressão do que há de mais belo no sertão: A PAISAGEM E SUA GENTE.
No norte, de precisão geográfica nordeste, a dor se traduz na forma de SOL. Latente e intenso, infalível e presente, a marcar as horas e a apontar a direção, a marcar o tempo na termoclastia das  rochas e nas rugas dagente.
O Sol na cabeça causa delírios, sonhos de água e vislumbre de novos horizontes. Mas também aponta o tempo, tempo de correr pra sombra ou de correr pro bronze, tempo de correr pro abraço: de um mandacarú se calango, de um Juazeiro se sábio.